terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Solidariedade em São José dos Campos

Dia 2 de fevereiro, a ANEL Curitiba mandou dois representantes para o ato nacional em solidariedade ao Pinheirinho em São José dos Campos, São Paulo. A manifestação reuniu cerca de cinco mil pessoas de várias partes do país. A principal exigência foi de que Dilma não pode permanecer somente indignada, mas que deve desapropriar o Pinheirinho para construção de casas populares. Da UFPR também estiveram presentes representantes do SINDITEST (Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau) e dos coletivos “Barricadas Abrem Caminhos” e “Outros Outubros Virão”.


De uma maneira geral estiveram presentes representantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra), MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), as centrais sindicais CSP-Conlutas, CUT, CTB, Intersindical, Intersindical Central, Unidos para Lutar; representantes de partidos políticos entre os quais o PSTU, o PSOL, o PT e o PCB, além da ANEL (Assembleia Nacional de Estudantes – Livre), da oposição de esquerda da UNE (União Nacional dos Estudantes) e sindicatos de diversos segmentos da classe trabalhadora que se somaram aos moradores do Pinheirinho.

Houve uma longa passeata pelo centro da cidade sob sol forte. Às 15h realizou-se um ato em frente à prefeitura de São José dos Campos. As principais falas nesse momento atentaram para as tentativas de criminalizar o movimento e seus líderes na luta justa por moradia e contra a ação ilegal da Polícia Militar. Ao mesmo tempo em que acontecia este ato nacional em São José dos Campos, em Brasília manifestantes protestaram em frente à sede nacional do PSDB. Em Curitiba, aqueles que não foram a São Paulo, estavam manifestando na Boca Maldita.

A DESTRUIÇÃO DE CASAS, O ALOJAMENTO PROVISÓRIO E A COMIDA ESTRAGADA SERVIDA PELA PREFEITURA

Logo depois do ato fomos visitar um alojamento dos moradores do Pinheirinho em um ginásio. Evidentemente não há qualquer privacidade, tampouco banheiro para todos. Conversamos com uma moradora, ela nos contou que o marido dela é ajudante de pedreiro e ganha muito pouco. Ainda segundo ela, além de perder os móveis muitos também perderam os empregos. E também nos contou que a prefeitura estava servindo comida estragada e que ela inclusive tinha passado mal. Os ativistas do MST entregaram quatro caminhões de mantimentos, ao passo que nossos colegas sindicalistas de nosso ônibus entregaram várias caixas de leite.

Depois fomos até o bairro destruído, que a primeira vista parecia um terreno baldio daqueles com restos de material de construção que temos perto de casa. Mas aos poucos você vê que a área com escombros é imensa e começa a localizar roupas, brinquedos, fogões e geladeiras. Se qualquer pessoa analisar a questão racionalmente verá que essa ação foi completamente absurda. Existe um grande déficit habitacional em São José dos Campos e é dever do Estado garantir a moradia. Logo, nada melhor do que desapropriar a área que já era um bairro e indenizar o suposto dono (já que a lei garante isso, apesar da terra ter sido grilada). Problema resolvido.

Mas não, o que as autoridades querem é criar mais problema, pois estão garantindo interesses de particulares ao invés do interesse público. Pior ainda é que nem todos receberão apartamentos do Estado, nem todos receberão aluguel social após esse curto espaço de tempo em que permanecerão nos abrigos.

PINHEIRINHO NAS CALOURADAS

Em frente à prefeitura, Clara Saraiva, da Comissão Executiva Nacional da ANEL, salientou que devemos discutir o caso do Pinheirinho em nossas calouradas. Nós, da ANEL Curitiba, devemos no nosso planejamento de início de ano ver qual a melhor maneira de fazer esta discussão. É imprescindível levantarmos a bandeira da unidade do movimento estudantil combativo a partir das organizações de base (CAs, DAs, Grêmios) conforme aprovado no I Congresso, seja com setores independentes ou de oposição de esquerda da UNE.

"QUEM LUTA NÃO ESTÁ SOZINHO, SOMOS TODOS PINHEIRINHO!"

"DILMA NÃO BASTA SE INDIGNAR, TEM QUE DESAPROPRIAR!"


domingo, 5 de fevereiro de 2012

Contra a repressão da PM no Pré-Carnaval do Largo da Ordem

Nota Pública da Assembleia Nacional de Estudantes – Livre (ANEL) a respeito da ação truculenta da PM no bloco pré-carnavalesco “Garibaldis e Sacis”


A
ANEL vem por meio desta nota, manifestar seu profundo e veemente repúdio a ação da Polícia Militar do Paraná, no encerramento do bloco pré-carnavalesco “Garibaldis e Sacis”, no Largo da Ordem, em Curitiba. Por volta das 21h10 deste domingo (5), a PM foi chamada para controlar um tumulto localizado na região e acabou usando de sua estúpida e brutal força para reprimir todos que estavam nos bares da região, ainda aproveitando o encerramento do bloco.

Segundo informações da própria imprensa, houve feridos com balas de borracha e bombas de efeito moral. A estupidez e a brutalidade do aparato repressivo do Estado chegam às terras curitibanas nesse ano de 2012, que tem sido marcado por uma profunda repressão a manifestações populares em diversos cantos no Brasil. Em São José dos Campos, no bairro ‘’Pinheirinho” cerca de 9000 pessoas foram desalojadas de suas casas, graças a ação desses verdadeiros “cães de farda”, a mando do fascista Governador de São Paulo, Geraldo Alckimin, em acordo com o judiciário paulista e a passividade do Governo Dilma. Em Recife, os estudantes foram reprimidos e presos em atos pela redução da tarifa de ônibus, assim como em Teresina e Vitória. Na Bahia, os próprios PM’s entraram em greve, e suas lideranças grevistas tem sido perseguidas.

Infelizmente nesse dia 5 de Fevereiro, em uma manifestação popular que faz parte da formação e das raízes culturais de nosso povo, o Estado agiu de maneira arbitrária, usando da força contra foliões que estavam ali brincando e pulando o carnaval. Não queremos dizer que não queremos segurança nesses eventos de grande porte, mas queremos que a população seja respeitada em seu direito de se expressar livremente, seja no carnaval, ou nas lutas pelo passe-livre, moradia ou reforma agrária. Marginalidade existe em todo o lugar e principalmente no Palácio do Governo e na Assembleia Legislativa, que usurpam do dinheiro do povo em benefícios de seus interesses corporativos. O Governador Beto Richa e o comando-geral da PM têm que ser responsabilizados por essa brutalidade que ocorreu nesse domingo que deveria ser de alegria, paz e folia.

Por isso, a ANEL chama a todos os movimentos sociais, estudantis e culturais, bem como todos os foliões, para no próximo e último pré-carnaval do ano, domingo que vem, dia 12, a fazer do samba, nosso instrumento de protesto, e levar faixas, narizes de palhaço, e suas bandeiras, e fazer do “Garibaldis e Sacis’’ um verdadeiro ato em defesa do Samba e da liberdade de expressão!

- Abaixo a REPRESSÃO!
- Em defesa das manifestações culturais e do bloco “Garibaldis e Sacis”!
- Segurança sim, REPRESSÃO NÃO!


Curitiba, 5 de Fevereiro de 2012
Assembleia Nacional de Estudantes – Livre / Curitiba